Artigos Produzidos por Takiwasi

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O Pensamento Mágico

Resultados do Modelo de Tratamento de Dependências do Centro Takiwasi

Resultados do Modelo de Tratamento de Dependências do Centro Takiwasi

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A voz da inteligência na sessão de Ayahuasca

A documentação disponível na lista a seguir é uma compilação de material produzido pelo Centro Takiwasi durante seus anos de pesquisa.

1.
Resultados do Modelo de Tratamento de Dependências do Centro Takiwasi

Autor: Jacques Mabit, Fabio Friso

Postado no site de Takiwasi, setembro de 2021. Tradução do espanhol: Joana Santos.

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Quase 30 anos de experiência clínica indicam que a interação entre a medicina tradicional amazónica, a psicoterapia e a espiritualidade, proposta no modelo terapêutico do Centro Takiwasi, é muito bem-sucedida no tratamento de dependências e outros distúrbios de saúde mental. Acreditamos que a articulação destas diferentes abordagens terapêuticas beneficia muito o resultado do tratamento e isso está a mostrar um caminho mais geral na procura global de bem-estar mental e de qualidade de vida. Sempre foi objetivo do Centro Takiwasi associar a prática clínica à investigação. Desde o início do seu funcionamento, o Centro Takiwasi tem avaliado continuamente as suas atividades, a sua população de pacientes e os resultados das intervenções terapêuticas de forma a melhorar constantemente o seu modelo. No entanto, para evitar o enviesamento da autoavaliação e para responder às exigências económicas e técnicas da investigação científica de alto nível, procurou-se convocar investigadores externos e independentes. De seguida, resumimos alguns dos resultados mais marcantes registados em publicações académicas recentes e que destacam a eficácia do nosso modelo terapêutico. Estes resultados fornecem indicações claras da eficácia da utilização da medicina tradicional amazónica no protocolo desenvolvido por Takiwasi para o tratamento de dependências.
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2.
O Pensamento Mágico

Autor: Jacques Mabit

Entrevista com Jacques Mabit pelo jornalista Álvaro R. de la Rubia, Janeiro de 2021. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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Os povos amazónicos (como todos os povos ancestrais) são bastante pragmáticos e o que os antropólogos chamam de "pensamento mágico-religioso" é essencialmente uma projeção do pensamento ocidental. O mundo ocidental desacralizado, onde "Deus está morto", está sem uma bússola espiritual. Os povos indígenas conhecem o mundo invisível, enquanto os ocidentais o negam ou o imaginam, cortaram-se dele, ignoraram-no, e o racionalismo esconde, na verdade, uma forte compensação imaginária, muitas vezes inconsciente, sobre o "indígena". É fantasiado como um "bom selvagem" idealmente em harmonia com a natureza, puro e sábio, o que é uma ilusão total, ou como um ignorante supersticioso, irracional, sem discernimento, o que é igualmente impreciso. A extraordinária crise da covid-19 demonstra até que ponto os ocidentais podem "engolir" ilusões e fantasias para além de toda a racionalidade, pragmatismo e mesmo fora de todo o critério científico (o que é a definição de superstição).
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3.
A voz da inteligência na sessão de Ayahuasca

Autor: Jacques Mabit

Conferência do Dr. Jacques Mabit, médico e fundador do Centro Takiwasi (Peru), apresentada em setembro de 2019, na oficina “Saberes locais e medicina tradicional”, durante a VI Feira Internacional do Livro, em Cusco. Tradução Marcos Visnadi, publicado em Caderno n.120, Série Intempestiva, Edições Chão da Feira, Belo Horizonte, dezembro de 2020.

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A tradição designa os espíritos das plantas como ‘mães’, assinalando assim que constituem a matriz não visível de cada espécie visível. Essa instância angelical preside cada espécie, e não cada indivíduo da espécie […]. Sendo incorpóreos, esses seres são percebidos pelo humano através de seu filtro biológico e suas estruturas simbólicas: as universais, inscritas no corpo, e as culturais, associadas ao seu entorno.
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4.
Ayahuasca e Saúde Planetária

Autor: Matteo Politi

Este artigo foi originalmente publicado em inglês no blog "Kahpi – the ayahuasca hub" no dia 27 de Julho de 2019. Link: Ayahuasca Is About More Than Just You. It’s About Planetary Health.

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Impulsionada por pesquisas médicas e científicas avançadas, nos últimos anos a bebida amazónica Ayahuasca tornou-se cada vez mais popular nas sociedades ocidentais. Para muitas pessoas que há muito tempo tomam Ayahuasca, tanto na América do Norte como na Europa, esta é uma boa notícia e traz algum alívio. A velha guarda de participantes nas cerimónias de Ayahuasca no Ocidente testemunhou, durante décadas, estereótipos falsos e negativos relatados nas notícias. Atualmente, a própria cultura predominante partilha frequentemente informações sobre os benefícios médicos desta bebida.
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5.
Encontro com o mundo dos espíritos no processo de cura

Autor: Alberto Dubbini

Entrevista de Jacques Mabit por Alberto Dubbini, Centro Takiwasi, Agosto 2018. Transcrição literal da forma oral, com as aproximações e limitações deste tipo de trabalho. É uma conversa espontânea e não uma exposição médica, antropológica ou teológica. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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Pouco a pouco foi-se enriquecendo esta cartografia do mundo invisível. À minha maneira, diria que cada elemento da criação sensível está presidido por uma entidade tutora, um espírito ou melhor dito uma presença angelical. Trata-se do mundo intermédio, o mundo da criação invisível. Com os sentidos percebemos os minerais, os vegetais, os animais, o cosmos e o ser humano. Existe outra dimensão que é a criação invisível para nós quando estamos num estado ordinário de consciência. Este mundo invisível está povoado de seres também criados, mas incorpóreos, que não têm existência física ou material, mas que estão dotados de inteligência, liberdade, vontade e presidem a todos os elementos do mundo físico.
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6.
Coca e Ayahuasca, o mesmo destino?

Autor: Jacques Mabit

Artigo publicado em francês na Revista Cultura y Droga, Mabit, J. (2018). Coca et Ayahuasca, une même destinée? Revista Cultura y Droga, 23 (25), 15-32, Enero-Junio 2018. DOI: 10.17151/culdr.2018.23.25.2. Conferência originalmente apresentada durante a “World Ayahuasca Conference”, Rio Branco, Brasil, Outubro de 2016. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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Apesar do Peru ter construído a magnífica civilização Inca através da sabedoria proporcionada pela folha da coca, tornou-se depois o primeiro produtor de derivados tóxicos desta planta profanada. Atualmente, a folha da coca permite tratar a dependência à cocaína, sendo isto demonstrado pela experiência do Centro Takiwasi. Da mesma forma, descobriu-se há algumas décadas o poder curativo da Ayahuasca e produziu-se em pouco tempo um aumento do seu uso em todo o mundo. A dessacralização acelerada desta medicina chegará aos mesmos extremos do mau uso da coca? O que nos pode ensinar o caminho seguido com a coca em relação ao uso da Ayahuasca? O uso da coca no Ocidente foi em resposta a quê e a que responde o uso da Ayahuasca na atualidade?
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7.
Vidas Mudadas

Autor: Swiatoslaw Wojtkowiak

Testemunhos recolhidos por Swiatoslaw Wojtkowiak em Junho de 2017 e publicados em Inglês no seu blog http://blog.swiatoslaw.com/?cat=449 com a autorização das pessoas envolvidas.

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Considero esta planta uma fonte de conhecimento - tanto sobre mim, os meus problemas pessoais - assim como para a minha vida profissional, para trabalhar com os outros como psicoterapeuta. Também é útil para supervisionar a minha relação com os pacientes – mostra-me coisas sobre o trabalho que de outra forma não seria capaz de notar.
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8.
Dependência química e xamanismo amazônico: sofrimento psíquico, estados modificados de consciência e busca de sentido

Autor: Jacques Mabit

Publicado em Revista Transdisciplinar, Vol. 3, Ano 2, Nº 3, Janeiro 2014. Traduzido do original em francês ao português por Bárbara Galindo Rodrigues.

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Propõe-se, aqui, tratar a dor-sofrimento psíquico e suas tentativas de resolução ou alívio pela indução de um estado modificado de consciência sob duas formas extremas e opostas: a dependência química e o xamanismo amazônico desenvolvido através do uso de plantas psicotrópicas. Nos dois casos, há a utilização de um suporte externo (uma substância), o uso de uma forma ritual e o posicionamento de uma intencionalidade. No entanto, os resultados de ambos os processos divergem, dada a agravação do sofrimento na contra-iniciação do dependente químico e a considerável diminuição do sofrimento a partir da cura-iniciação xamânica. Um ponto em comum entre essas duas práticas é constituído pela busca de sentido, consciente ou inconsciente, a atribuição de um sentido ao sofrimento que seja suscetível à redução ou até mesmo a uma melhora completa. Assim, tentarei discernir, no seio dessas similitudes, as razões dessa divergência no nível do desfecho do sofrimento, especialmente pela reforma das memórias somáticas.
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9.
Ritual de reparação de crianças não nascidas

Autor: Jacques Mabit

Artigo publicado no site de Takiwasi

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Neste artigo propomos um ritual de reparação pelas crianças não nascidas (abortadas), de maneira provocada ou espontânea. Este ato extraordinariamente sanador nasce de uma experiência particular que se deu no Centro Takiwasi, no Peru, dentro de um marco terapêutico, o qual explicaremos sua origem.
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10.
Anotações sobre a Dieta na Amazónia

Autor: Rosa Giove

Artigo original publicado na página web de Onirogénia. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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As dietas consistem em retiros temporários no monte, geralmente durante dez dias, em isolamento, com ingestão ritualizada das denominadas “plantas mestras”, sob um regime alimentar definido e regras muito rigorosas de gestão corporal e psíquica. Cria-se assim um espaço em contacto com a natureza, dedicado à desintoxicação física e energética, para eliminar as substâncias que bloqueiam a sensibilidade. Isto favorece a produção onírica, a recordação de situações do passado não metabolizadas e a introspeção profunda; enfim, o encontro com o “mestre interior”.
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11.
Entrevista com o Padre Cristian Alexandria Agreda

Autor: Marcelo Mercante

Artigo publicado no PontoUrbe, revista do núcleo de antropologia urbana da usp, edição 5. Entrevista realizada no dia 14 de setembro de 2009.

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Padre Christian trabalha em Takiwasi na “reabilitação espiritual e moral das pessoas que querem ajuda para esclarecer seus problemas, suas dúvidas, sejam dúvidas de fé, na sua maneira de se comportar, coisas motivadas pelas sessões de ayahuasca. Para isso estou aqui, para ajudar. Para muitas pessoas sua cura, sua liberação se dá pela parte espiritual”.
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12.
Xamanismo amazônico e mundo ocidental: entre o estímulo e a advertência

Autor: Jacques Mabit

Publicado na Revues Synodies “Le transpersonnel?”, verão 2005, Ed. GRETT (Groupe de Recherche en Thérapies Transpersonnelles). Traduzido do francês para o português por José Pimenta e Bárbara Galindo.

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No pequeno refúgio da Amazônia alta, onde eu moro há quase vinte anos, assisto a ondas crescentes de ocidentais sedentos para entrar em contato com as práticas das medicinas tradicionais amazônicas. Como eu fui um dos iniciadores desse movimento, não posso deixar de hesitar entre a satisfação e o pavor diante desse entusiasmo para o que agora se convencionou chamar pelo nome de “xamanismo”, inadequado do ponto de vista antropológico.
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13.
Producao visionaria da Ayahuasca no contexto curanderil da Alta Amazonia

Autor: Jacques Mabit

Artígo publicado em Labate, Beatriz & Wladimir Sena Araújo (orgs), “O uso ritual da Ayahuasca”, Editora Mercado de Letras, Campinas, Brasil, 2004.

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O conhecimento ancestral dos mestres curandeiros da Amazónia peruana, objeto da atençáo quase exclusiva de antropólogos e etnólogos até há uma década, é agrora de interesse de outros cientistas como médicos, biólogos e inclusive físicos. De outro lado existe um fenómeno social amplo nas sociedades pós-modernas ocidentais de busca individual e coletiva de novos horizontes psíquicos que abarquem as questóes existencials incluindo sua dimensáo de sacralidade. Perante a escassez de resposta pelos modeladores do pensamento moderno: intelectuais, religiosos e científicos, muitos indivÍduos se sentem atraídos pelas propostas do conhecimento ancestral e tratam de apropriar-se de sua riqueza.
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14.
As Plantas Mestras: Veículo de Introspeção

Autor: Jaime Torres

Artigo publicado em espanhol no livro "Memorias del Segundo Foro Internacional Sobre Espiritualidad Indígena" pp. 58-62 Tarapoto, 2001. Tradução: Joana Santos.

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Na Amazónia são as plantas, algumas com efeitos psicoativos, que homens e mulheres chamam de "Mestras" porque quando ingeridas de forma adequada geram conhecimento através de sonhos, visões, perceções e intuições, das suas propriedades curativas. Pelas suas propriedades enteógenas também servem para nos dar uma visão introspetiva de nós mesmos e sobre a vida em geral.
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15.
Marijuana: Anjo ou Demónio?

Autor: Jacques Mabit

Artigo original publicado pela primeira vez na Revista Takiwasi, Año III, Nº5, Setiembre 1997, pp. 63-77, Tarapoto, Perú. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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A Marijuana (Cannabis sativa) tornou-se na actualidade um tema constante de debate e simboliza perfeitamente a luta entre os defensores da liberalização total do consumo de substâncias psicoativas de uma parte e da outra os oponentes a toda a tolerância em relação a estas substâncias. Estas posições obrigam-nos quase automaticamente a escolher entre duas opções “fechadas”: a primeira que se envolve pudicamente no manto da tolerância, da liberdade e de uma abordagem pseudo “angelical” à “erva”; a segunda que sataniza qualquer modificação induzida dos estados de consciência e evoca horrorizada os números efectivamente assustadores da toxicodependência no mundo. Ao pronunciar-se sobre este tema, uma pessoa arrisca-se a parecer um carrasco mandado pelo “establishment” para manter a ordem moral ou um atraso irresponsável da fantasia hippie incapaz de enfrentar os desafios do mundo moderno.
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16.
A mulher sem cabeça e o homem sem coração

Autor: Jacques Mabit

Artigo publicado em 1996 nas “Actas del Primer Foro Interamericano sobre Espiritualidad Indígena” e depois em “La Consciencia Transpersonal” (1999).

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Nossa formação cultural ocidental desde o berço até a universidade nos induziu a levar a sério as vias de uma abordagem da realidade positivista, racional, regida pela lógica aristotélica e logo, euclidiana e newtoniana. Isso despertou em nós uma desconfiança com relação aos “enredos” da subjetividade, as “abordagens” dos sentimentos e as “imprevisões” da intuição. Supõe-se que a valorização das provas cifradas, da causalidade linear, da flecha do tempo estar direcionada do passado rumo ao futuro, a separatividade para com os objetos e a reprodutibilidade das experiências nos imunizam contra os perigos de um misticismo descabelado e de uma temível irracionalidade, capazes de nos retroceder até os tempos obsoletos do obscurantismo. Essa postura demonstrou estar longe da objetividade divulgada, mas sim impregnada de pré-julgamentos, reações emocionais baseadas no temor, na angústia e em um delírio quase esquizofrênico tratando de torcer a realidade com a louca pretensão de controlá-la...
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17.
Acerca do Ícaro ou Canto Xamânico

Autor: Rosa Giove

Publicado em espanhol na Revista Takiwasi Nº 2: Peru, Ano I, Outubro 1993 pp. 7-27. Traduzido do españhol para o português por Joana Santos.

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Na selva do Peru é chamado de "ícaro" a canção ou melodia usada pelos curandeiros durante o trabalho ritual que realizam. Sem tradução literal em espanhol, Quechua ou outra língua da região, o seu significado no plano operacional é muito mais profundo: o canto xamânico é a arma curativa, a sabedoria e o veículo da energia pessoal do curandeiro, o símbolo do seu poder. A ação de "icarar" envolve "carregar" um objeto ou bebida com o poder do xamã, conferindo-lhe alguma propriedade específica para ser transmitida ao destinatário, seja limpeza, proteção, cura, dano ou influenciar a sua vontade. Isto é feito cantando o ícaro diretamente sobre o objeto ou substância transmissora. O objeto deve ser depois encaminhado para o interessado, como a substância ingerida em caso de líquidos (bebidas) ou o fumo soprado no caso do tabaco icarado.
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